22/07/2008


palabras

Parar vira vício ao mesmo que seguir

combate, o que ser?

Será luz repentina por sobre cômoda

cômodo os braços repousam

Longas carícias e diversão

ao certo que as palavras

na sua bela cor vadia

Traem sentidos sabemos

Convidam viver ali
...

18/07/2008


Etc.

Parte vai ficando por aí.
É compromisso, respeito
vingar nessas palavras a exatidão do momento.
Sou e minha alma não rejeita apreensão
nada como a chuva e um sorriso vigiar
Exuberante são os pássaros desfilando liberdade
ponto pra Deus
...

16/07/2008

***

Ali

Bem ali no canto escondido de mim:
-amor
p´ra aquelas horas que nos dão algo mais
do tempo que foi quando
do sorriso que dá tempo

Algumas esquinas a mais
tropeço estrelas no despertar.
***

15/07/2008


Bossa p´ra mim

Blá blá de batidinha
por ai fazendo bossa de mim
chovo céu, chovo cantos e caminho
No mais correr desenhos
nus cabelos e pele.

Só não esqueço do mar
chega assim em mim
vagar pelos ouvidos
sincopando coração.

Caligrafia sonora bonita
meticuloso entrecosto de areia firme
vento montanhas, vento assobio.
.

14/07/2008


Sobra da sombra

Pare, perfumes e meus uniformes de bandido
ainda poeira eu risco e arrisco
guiar continhos de existir
peguei tênis que caminhar assim dói
e na próxima sobra de sombra descanso
um canto no canto me escondo
no livro som.

Sim, vou colher palavras na minha pequenez
e delas confeitar poesias estorinhas aos meus filhos.
Pai poeta, mãe também,
cadarços soluços noites
linhas que afeto Deus me deu.
Dedos apontam as palavras como acenam
ao carro que me leva lá em ti.
.

11/07/2008

pollock em atividade*


Era o menino

As vidraças laranjadas do sangrar
era o menino, eram suas mãos
ar te deram, tempo.
Toda prosa desenhar
das alegrias regradas
das tristezas e mais:
casa, comida e amor.

Era o menino, eram suas mãos
as escorrer neblina de chorar
dor te sonham, espaço.
Todo aforismo comprar
das conquistas guardadas
da solidão e mais:
tinta, branco e amor.

Era o menino, eram suas mãos
capotando estradas de vertigem
cor ver ter, geografia.
Toda malicia descobrir
dos gestos toques e cheiros
do tempero e mais:
livros, trabalho e amor.

10/07/2008




Basquiat


Basquiat deixou-se guiar
ah mas que há?
Mandinga das mãos no leve sofrer


Tropeço de dedos nos sonhos pequenos
orelha folha de árvore sombral.
Cortininha de liberdade
tem dentes e estripulia.


Basquiat sorriu para chuva,
tropeço atrevido normal
de obra, água e sol
de olhos, nuca e breu.

09/07/2008




Imagino:
O que podemos?


-Eu posso lhe dar um fruta.

08/07/2008



Evasão


Fogo no azul de tanta noite
e os animais cantando fogem
Folga aos braços do vento perene
e as águas no calor dormem

Usa das cinzas p´ra fazer aquarela
vermarelazul, as ruas são brancas
os caminhos, os vazios queimam


Silêncio, um espirro divino tudo resolve

07/07/2008



Quadro


A denunciar, o por-do-sol é Deus
um copo de chá e páginas
hoje choveu como ontem
e todos correram p´ra chuva


a sombra calada retrai um segredo
meu segredo rezado
nossa infinita distração


ao redor uma arte se faz
e pintados somamos amor.

04/07/2008



Origamis na areia


Tem mãozinhas brincando na areia
vasto vento vida,
dada a divindade do gesto
o deserto espera sopro
o barco aponta o céu
e simples assim,
as praias esperam
corpos pensar
e pensar barcos copos
deu-se o vento
apagam-se castelos
fazem-se sonhos.

03/07/2008



Soledad

secam-se as linhas na agridoce ternura do céu
e longe, vão sonhos bater papo com Deus
saudade, figura mista de vaidades minhas
amparo seco certo e cego
da esperança que julgo tocar, cantar.
Não desejo calar
e por mim algum milagre se acenderia
deixo assim as coisas e coisas minha fé:
segue, segue e não cessa.